sexta-feira, 23 de julho de 2010

tempo, tempo, mano velho...



Eu não sei o que me dá.

E se eu me pego assim parada sem faze nada, sem pensar em nada com vontade de fazer não sei o que, me desespera demais! Ainda mais quando é de madrugada e eu tenho preguiça até de dormir tendo que acordar cedíssimo amanhã pra não deixar que o dia passe enquanto eu durmo... E vai cada vez mais aumentando assim o desespero quando eu lembro que algum dia alguém que eu julguei feliz demais me disse que chorava toda noite quando tava sozinha no quarto sem saber o que fazer... E eu sou feliz. Demais! Mas me preocupa esse meu choro de agora intalado na garganta, porque eu sei que não é porque eu, na minha falta do que fazer, pensei em cortar meu próprio cabelo e já procurei uma tesoura por toda parte e não encontrei. Também acho que não seja pela fome que eu tô sentindo e a falta de criatividade que não me permite fazer uma mega janta com o que resta na geladeira... eu tenho uma agenda pra colocar em dia e aí sim, se eu começar a escrever como têm sido meus dias, certamente vou acordar com o olho inchado e pensando numa desculpa pra furar mais uma vez um encontro com os amigos... que é de manhã, vê se pode. E eu já perdi as contas de quantas vezes eu tirei esse relógio que fica na parede do meu quarto e colocaram de volta. Quando tá tudo em silêncio o ponteiro fica fazendo um barulho terrível... tenho certeza que esse barulho já foi usado como instrumento de tortura. E me tortura esse tempo que eu não sei se tô perdendo, que eu podia tá fazendo alguma coisa que eu devo querer demais e que eu já gastei horas pra saber o que é mas ainda não descobri. E isso me preocupa. A ponto de me manter acordada ouvindo o barulho irritante desse ponteiro e pensando numa maneira de me sentir melhor, ou anotando quantas vezes o ponteiro maior dá um giro completo enquanto eu continuo com esse choro na garganta e uma angústia. Agora, por exemplo, já passou das 6.




[da minha agenda, de quando eu tinha 18 anos e nada pra fazer]

2 comentários:

Samilla Fonseca disse...

Éramos adolescentes, claro, inseguras, indecisas, rebeldes, sei lá...Mas eu vejo esses adolescentes de hoje em dia, e me dá uma pena tão grande de eles não perderem uma noite sequer em devaneios pensando em coisas que, não parece, mas são mais importantes.

Leonardo Filizolla disse...

" E eu já perdi as contas de quantas vezes eu tirei esse relógio que fica na parede do meu quarto e colocaram de volta. "

Essas coisas são a cara da tua mãe.
HEHEHEHE